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C A T Á L A G O |
O PÁSSARO QUE COMEU O SOL
POESIA MODERNA DA CORÉIA YUN JUNG IM Poesia/Tradução Formato: 18 X 18 cm Páginas: 130 Projeto gráfico: Alonso Alvarez Prefácio: Paulo Leminski Apresentação: Haroldo de Campos Edição bilíngüe Apoio da The Korean Culture and Arts Foundation |
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LEIA: POEMAS IMAGENS DA CAPA: FRENTE SOBRE A AUTORA |
sta antologia de poetas coreanos contemporãneos, organizada e traduzida, com amor e competência, por Yun Jung Im, vem revelar ao leitor brasileiro a fascinante e personalizada contribuição de uma literatura poética singular. Ao mesmo tempo lírica e severa, sóbria e melancólica, é capaz de singelezas tardo-românticas e de eflúvios simbolistas, mas também de ousadias hipermodernas, que vão até aos transgressivos e irônicos experimentalismos de vanguarda.
Poesia de contemplação da natureza, poesia dos conflitos amorosos, poesia da guerra, poesia da paz, eis algumas das linhas principais que definem a coletânea, onde se faz ouvir o canto a muitas vozes do País da Manhã Serena (de Kaoli, Koorai, segundo o etimologista J. J. Egli, citado por Antenor Nascentes). Um país cuja escrita nos encanta o olho e cuja língua nos embala o ouvido, e em cujos nomes, derivando-o com liberdade poética do grego Khoréia, o fileleno filoriental Paulo Leminski leu talismanicamente dança. |
APRESENTAÇÃO HAROLDO DE CAMPOS
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a devoração brasileira da poesia do planeta, via tradução, prossegue. Agora um ramo de flores, iluminado, vindo do “País da Serenidade Matutina, pelas mãos doces de Yun Jung Im, estudiosa coreano-brasileira, atualmente em Seul, de onda manda uma carta, através do irmão me convidando para participar desta bonita festa de poemas doloridos e ternos, densos e melancólicos.
Esta antologia (äntologia”, em grego, quer dizer escolha de flores) marca a chegada da poesia coreana entre nós, ampliando, no ano das Olimpíadas de Seul (encontro helênico-coreano), nosso conhecimento das artes do Extremo Oriente. Da China, já conhecíamos várias coisas, através das transcriações do original, por obra e graça de Haroldo de Campos ou através de traduções de Ezra Pound, entre outros. A poesia japonesa, através dos haikais, já é presença na poesia brasileira desde o Modernismo. A poesia coreana traz, a fogo, a marca do povo que a produziu, um povo sofrido de mil guerras e mil invasões, imprensado entre a China e o Japão, por eles invadido e oprimido. Nesse sentido, a condição nacional do povo coreano lembra demais a situação da Polônia na Europa, nação orgulhosa sempre espremida entre os alemães de um lado e os russos do outro. Como os poloneses, os coreanos tiveram muito que lutar para preservar sua personalidade nacional e seus valores culturais. Assim como a língua polonesa foi proibida por dominadores prusssianos e russos, a língua coreana chegou a ser proscrita pelos invasores japoneses. Mas, como a Polônia e o povo polonês, a Coréia e o povo coreano sobreviveram e hoje estão presentes aqui no Brasil em contingentes imigratórios significativos, entrando a fazer parte, a partir de agora, deste carnaval de raças que, um dia, vai ser o povo brasileiro. Na poesia coreana do século XX, objeto deste livro, me chama a atenção a finura de percepção, a delicadeza de certos registros e uma espécie de doce melancolia que impregna tudo. E, sobretudo, a presença de um grande poeta, a revelação do livro para mim, desde já o meu poeta coreano moderno, o boêmio e surrealista Yi Sang, com poemas experimentais surpreendentes. “Coreó”, o nome antigo da Coréia, significa Alta Beleza”. Pelo Aurélio, significa “Dança”. Feliz coincidência. E nessa dança, estamos desde já. |
CORÉIA: UM PAÍS QUE SE CHAMA DANÇA PAULO LEMINSKI
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Namgung Byók Dor das Estrelas Querida, minha querida, quando o bebê revira o corpo na cama nunca te ocorreu, involuntariamente, levar um grande susto? Querida, minha querida, quando as pessoas do mundo torcem e arrancam as flores da terra, nunca te ocorreu que as estrelas do céu se contorcem de dor? Kim Dong-myóng Noite Noite, lago imenso numa névoa azul Eu, um pescador de sonhos na canoa do sono Kim Hyón-sung Janela Amar a janela – soa melhor do que amar o sol porque não ofusca Se se perde a janela perde-se o estreito por onde se avança ao céu e a alegria é para nós a notícia de hoje Pois quando limpamos a janela é também quando podemos cantar Dizem que as estrelas são terras alheias de dezembro, distantes distantes... E conservando a janela limpa e cristalina exercitamos o hábito de abrir gentilmente os olhos, e que os olhos límpidos sejam os nossos corações reluzentes na espera do amanhã... Kim Gui-rim O Mar e a Borboleta Porque ninguém lhe disse da fundura a borboleta branca não tinha medo do mar Era para ela uma plantação de folhas verdes e ao pousar, a asa tenra se gela no toque da água e volta cansada como uma princesa A borboleta, ressentida do mar de março sem flores, sente a fina cintura gelar no crescente azul |
POEMAS |
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Recado 11 Prefácio CORÉIA: UM PAÍS QUE CHAMA DANÇA 13 Paulo Leminski Introdução O DESPERTAR DOLOROSO NO PAÍS DA MANHÃ SERENA 15 Yun Jung Im POETAS (Poemas) 22-115 Han Young-Un Yi Byóng-gui O Sang-sun Namgung Byók Yi Sang-hwa Kim Dong-myóng Kim So-wór Kim Sang-yong Jóng Ji-yong Kim Yóng-rang Bak Young-tchór Yi Yuk-sa Kim Gwang-sób Shin Sók-jóng Kim Gui-rim Yu Tchi-hwan Yi Sang Yi Ho-u No Tchón-myóng Kim Hyón-sung Kim Gwang-Gyun Só Jóng-Ju Ham Yun-su Bak Du-jin Bak Mog-wór Yun Dong-ju Jo Hyang Jo Ji-hun Kim Su-yóng Kim Jong-sam Kim Tchun-su Bak In-hwan Kim Nam-jo Jo Nam-du Jón Bong-gón Sóng Tchan-gyóng Yi Hyóng-gui Shin Gyóng-rim Hó Yóng-ja Notas 117 - 118 Poetas (biografias) 119 - 128 Sobre a tradutora 129 |
SUMÁRIO |
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Yun Jung Im possui doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1995). A autora no: Lattes Outras obras da autora:
Sijo - Poesiacanto Coreana Clássica |
A AUTORA |
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